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Descubra os sintomas e como prevenir o Síndrome de Burnout

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o burnout é uma síndrome relacionada com o stress crónico no ambiente de trabalho que não foi bem gerido e está associado, normalmente, a um estado de emprego ou desemprego.

A Síndrome de Burnout ou também chamada de síndrome do esgotamento profissional foi incluída na Classificação Internacional de Doenças (CID) da OMS em 2022.

Isto quer dizer que a partir deste ano, os colaboradores em burnout podem requerer um Certificado de Incapacidade Temporária para o trabalho ou baixa médica.

Já se sentiu no limite das suas capacidades físicas no desempenho das tarefas profissionais?

Não descure essa sensação, pois pode estar diante de um quadro de burnout, um problema que atinge mais de um milhão de portugueses. Saber como detetar e evitar esta doença profissional é assim vital.

A profundidade que a palavra “burnout” insinua é um primeiro sinal da gravidade desta patologia. Traduzindo à letra significa “queimar até ao fim” e no glossário médico, refere-se a uma síndrome cujos motivos estão ligados à vida profissional.

A acumulação de deveres profissionais ou de carga horária, assim como a ausência de equilíbrio entre vida profissional e pessoal, a falta de capacidade para gerir altos níveis de stress ou de um relacionamento diário complicado com outras pessoas podem despoletar perturbações ao nível das competências e da qualidade de vida.

A falta de atenção aos sinais que o nosso corpo transmite pode levar ao colapso. Em 2016, a síndrome de burnout atingia 13,7% dos portugueses, segundo a Sociedade Portuguesa de Psicologia da Saúde, com consequências para a saúde sejam elas psicológicas ou físicas.

Conforme o disposto no portal "Small Business Prices", que realizou os cálculos com base no índice de felicidade mundial de cada país, assim como, o salário médio anual e as horas de trabalho semanais, tornando assim Portugal, dos 26 países avaliados nesta investigação, o país onde existem mais probabilidades dos trabalhadores sofrerem desta patologia.

Mas afinal o que é a Síndrome de burnout

Assim, conforme acima referido a síndrome de burnout é um tipo muito peculiar de stress provocado pelo trabalho. “Carateriza-se, sobretudo, pela exaustão emocional e pela diminuição do envolvimento pessoal no trabalho”, especifica a Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP).

Embora esta doença resulte do contexto laboral, este distúrbio provoca danos significativos na vida privada. O desinteresse, a indiferença, o cansaço e ainda a sensação de insatisfação são exemplos clássicos de sintomas que se manifestam desde o escritório até ao contexto familiar.

Perceba quais os são os sintomas da síndrome de burnout

Os sintomas crescem gradualmente. Inicialmente podem manifestar-se através de sintomas ligeiros, leves, passando mesmo por despercebido, até se transformarem num distúrbio incapacitante.

Para evitar que aconteça ou que haja um agravamento desta moléstia, devemos prestar atenção aos seguintes sintomas:

1 - Cansaço emocional

2 - Descontentamento profissional

3 - Desmotivação e menor dedicação no trabalho

4 - Sensação de desconforto e insatisfação com a vida em geral

5 - Deterioração das relações sociais e familiares

Os sintomas do burnout também são visíveis ao nível físico:

6 - Perda da capacidade de empatia

7 - Cansaço

8 - Dores musculares

9 - Dores de cabeça (hemialgias)

10 - Alterações do sono

11 - Variações dos níveis de tensão arterial

Sabe como identificar as causas possíveis do burnout?

Os motivos estão sempre associados à atividade profissional. Um quadro ou um volume de trabalho que não seja apropriado ao conforto profissional e pessoal podem provocar casos de desgaste muito graves. Deixamos aqui alguns motivos de stress que podem estar por detrás da síndrome:

Excesso de trabalho

Falta de independência e controlo sobre as tarefas do trabalho assim como o seu planeamento

Pouco significado atribuído às tarefas ou à missão da organização

A execução de tarefas perigosas ou com um grau de dificuldade muito elevado a nível emocional

A sobrecarga de trabalho (ultrapassando as oito horas diárias), assim como, serviços efetuados por turnos ou com poucos intervalos ao longo do dia

Dificuldades em se relacionar sejam eles com colegas de trabalho ou com as suas chefias

Instabilidade emocional entre a vida profissional e pessoal

Descubra qual o desfecho de um burnout não tratado

Negligenciar um quadro clínico de burnout é difícil, já que a síndrome impossibilita a pessoa para o trabalho e para a sua sociabilidade. A falta de tratamento perante um esgotamento profissional pode provocar quadros de ansiedade e depressivos graves, o isolamento, a desvalorização pessoal e, no limite, o suicídio.

Esta síndrome interfere, também com as relações entre pessoas. Assim sendo, a relação com os companheiros de trabalho é a primeira a ser afetada. Assim como, as relações com os amigos e familiares também são prejudicadas, pelo aumento da falta de entendimento entre as partes, stress e a falta de capacidade para se identificar com outra pessoa.

“O burnout representa um risco não apenas para nós próprios, mas também para os nossos colegas, uma vez que é ‘contagioso’”, alerta a OPP.

Do mesmo modo, pode ter resultados financeiros negativos. Uma vez, existindo baixa médica, pode deixar de auferir uma parte dos seus rendimentos. Como também podem tornar-se maiores os gastos com tratamentos e consultas médicas.

Para as empresas, cenários como ausências frequentes e regulares, enganos, acidentes de trabalho e a redução do rendimento causam um grande impacto. “Só em Portugal, estima-se que o stress e o burnout podem custar às empresas 3,2 mil milhões de euros por ano”, segundo a OPP.

Sabe o que deve fazer se estiver em burnout?

Após a confirmação dos sintomas, devem-se alterar algumas atitudes, entre outras medidas a adotar para impedir o progresso da síndrome. Eis alguns conselhos para tratar o burnout numa fase inicial:

Procurar diminuir o ritmo de imediato seja ele de vida ou profissional

Reformar a organização de trabalho e atribuir tarefas a outros funcionários

Cumprir com as pausas impostas e diminuir a carga horária laboral, se for o caso

Procurar auxílio de um profissional de saúde

Neste contexto, o psicólogo pode ajudar a “gerir melhor a ansiedade e o stress, bem como o equilíbrio entre a vida/necessidades pessoais e profissionais”, diz a OPP. Consoante a dimensão do problema, poderá ser aconselhável um período de descanso.

Voltar ao trabalho impondo novas regras de disciplina é crucial para evitar possíveis reincidências, se for necessário, deve-se encontrar melhores condições de trabalho, recorrendo ao auxílio da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT).

O que deve fazer para prevenir o burnout

Impedir esta síndrome é uma exigência de grande relevância seja para as empresas ou para os funcionários, pois ambos os lados têm responsabilidades no que diz respeito ao objetivo.

O que deve fazer o trabalhador

Conjugar a vida familiar/pessoal com a atividade profissional, de forma a equilibrar a balança

Tratar da saúde mental

Melhorar o conforto pessoal

Arranjar passatempos

Exercer atividade física frequentemente e de forma ligeira

Definir limites no que diz respeito ao volume e número de horas de trabalho

O que devem fazer as empresas

Criar um bom ambiente no local de trabalho;

Oferecer um trabalho flexível tanto quanto possível. Impor horários rígidos pode ser menos produtivo e mais stressante do que dar a liberdade ao funcionário de realizar o seu trabalho no horário que for mais confortável e produtivo para si;

Respeitar o direito às férias e folgas. Ao terem seus dias de férias cumpridos da maneira correta, os funcionários sentem-se mais respeitados e conseguem ter dias de descanso, que são fundamentais para prevenir o burnout no trabalho;

Promover a comunicação e a liderança;

Procurar e avaliar melhor o ambiente laboral. Um ambiente de trabalho positivo, acolhedor e harmonioso ajuda a prevenir o burnout. Para isso é crucial promover relações positivas, com base num clima de abertura e bom relacionamento entre os colegas de trabalho;

Envolver os trabalhadores nas empresas;

Mostrar reconhecimento pelo trabalho prestado através de feedbacks e análises de desempenho cuidadosos e frequentes - Incentive os funcionários a refletirem sobre seu próprio desempenho e elogie o trabalho bem executado;

Promover a colaboração com psicólogos, que “podem, além de contribuir para a avaliação do stress e burnout de trabalhadores ou grupos de trabalhadores ou administradores, participar e contribuir para a criação de ambientes de trabalho psicologicamente saudáveis”, diz a OPP.

Se julga que está a entrar em burnout, não vacile em solicitar ajuda médica. Com um plano de saúde, pode marcar uma consulta com um psicólogo e começar a cuidar da sua sanidade mental.

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Luís Paulo
Assistente de Comunicação e Marketing
3 de Maio de 2023

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